Depois de quase um ano juntos, o poeta Matt Harrison acaba de romper com Katie Wilkinson. A jovem editora, que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia, não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente.

Mas tudo está prestes a ser explicado. No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”.

Ao folhear aquelas páginas, Katie logo descobre que Suzana é uma jovem médica que, depois de sofrer um infarto, decidiu deixar para trás a correria de Boston e se mudar para um chalé na pacata ilha de Martha’s Vineyard. Foi lá que conheceu Matt. E lá nasceu o filho deles, Nicolas.

Por que Matt teria lhe deixado aquele diário? Agora, confusa e sofrendo pelo fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie buscará as respostas para sua vida.

O diário de Suzana para Nicolas é uma história de amor que se constrói ao virar de cada página. Cada revelação é mais uma nuance sobre seus personagens. Cada descoberta é um fio a mais a ligar vidas que o destino entrelaçou.

Quando peguei O Diário de Suzana para Nicolas não pensei que fosse me prender a ele e só largá-lo após a última página. Pensava que fosse conseguir ler uma parte e terminar o livro no dia seguinte… Belo engano…

"(...)Talvez este diário explique as coisas melhor do que jamais conseguiria. Se puder, leia-o.
É sobre minha mulher, meu filho e eu.
Preciso avisá-la, porém, de que algumas partes provavelmente serão difíceis de suportar.
Nunca planejei me apaixonar por você, mas me apaixonei.
Matt" (pág. 15)

Intenso… Forte… Cruel… Talvez estas sejam as melhores palavras para descrever James Patterson durante a narrativa desse livro. James… James… James… Porque??? Porque criar um homem impossível de não se apaixonar? Porque escrever uma história de amor tão perfeita com um final tão frágil? Pra que ir tão longe na fragilidade da vida humana? Pra que me deixar tão desesperada a ponto de esperar algo ainda pior e ter medo de ler as páginas finais??? Pra que ser tão lindamente cruel???

Me apaixonei por Matt. Não teria como ser diferente sendo o homem que ele é. Queria um poeta assim na minha vida. Alguém que não tem vergonha de sentir, que não tem vergonha de demonstrar, que não tem vergonha de dizer “eu te amo” de todas as maneiras simples e belas que mais do que algumas palavras podem dar…

“Ele enfim se afastou, olhou em seus olhos e disse:
– Fiquei com saudade de você assim que fui embora da sua casa.” (pág. 71)

Não foi difícil me colocar no lugar de Katie e de, assim como ela me sentir amiga de Suzana. Enquanto lia junto com Katie o diário, imaginava algumas coisas e por alguns momentos foi fácil controlar a emoção que pulava das páginas. Acontece que o “final previsível” que eu esperava chega na página 194. E algumas páginas depois, estava eu em lágrimas, chorando mais do que achei que fosse possível. Chorando e achando que nesse momento James Patterson conseguiu ser mais cruel do que eu sempre achei do Sparks.

Os barcos tão esperados
chegam vazios ou afundam nas profundezas.
E os olhos primeiro perdem as lágrimas
e depois o sono.
(pág. 212)

Não quero comparar os dois, e não vou. Mas já que citei os nomes, só vou dizer que prefiro muito mais este livro do Patterson do que muitos do Sparks. Patterson não fez uso de doenças que vão acontecendo aos poucos ou de uma tragédia da natureza impossível de se controlar. Em O diário de Suzana para Nicolas temos uma fatalidade, um pequeno acontecimento que mudaria a vida de todos os envolvidos para sempre. Um acontecimento que pode estar presente no caminho de qualquer um de nós…

“Coisas ruins acontecem, Nicolas. Às vezes, sem o menor sentido. Às vezes, de forma injusta. Às vezes, isso é simplesmente uma droga.” (pág. 91)

O mais lindo de tudo, o que me deixou mais apaixonada pelo livro foi o fato das duas narradoras principais (seja Suzana no diário ou Katie enquanto faz as pausas na leitura do mesmo) serem de uma sensibilidade a toda prova e James dá a elas um toque incrível, uma narrativa que me fez duvidar em alguns momentos que teria sido escrita por um homem, que teria sido escrita pelas mesmas mãos que me fizeram ficar de olhos tão abertos e com medo do escuro em O Dia da Caça. E é principalmente por isso, por toda a versatilidade de Patterson que digo que virei sua fã. E que O diário de Suzana para Nicolas entra para os meus livros favoritos, um dos que possui uma das mais lindas estórias de amor.

“Boas lembranças são como talismãs, Nicky. Cada uma delas é especial. Você as coleciona, uma a uma, até que um dia olha para trás e descobre que elas formam um longo cordão colorido”. (pág. 65)

Eu super recomendo o livro… Assim como recomendo que vocês separem os lenços para o final da leitura… Obrigada Patterson por me fazer acreditar no amor, por me fazer ver que não importa o que o futuro nos reserva, por me fazer compreender a grande sorte que temos no hoje. Obrigada Arqueiro por esse maravilhoso presente da publicação do livro por aqui. Obrigada Isabela por enviar o livro para o blog junto com uma caixinha de lenços ;’)