O Inferno de Gabriel – Sylvain Reynard
26/02/2013
A salvação de um homem. O despertar da sexualidade de uma mulher.
Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante o dia assume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinibida vida de prazeres sem limites.
O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidade na verdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos erros que cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimir dos pecados.
Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma infância difícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Toronto, ela sabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nunca conseguiu esquecer.
Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaridade, embora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles deixa o professor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentar os fantasmas dos quais sempre tentou fugir.
Primeiro livro de uma trilogia, O inferno de Gabriel explora com brilhantismo a sensualidade de uma paixão proibida. É a história envolvente de dois amantes lutando para superar seus infernos pessoais e enfim viver a redenção que só o verdadeiro amor torna possível.
Se você quiser saber um pouquinho mais do enredo da história – sem spoilers – basta clicar aqui e ler a pequena sinopse no site da editora, que está perfeita!!! Você também pode ler um trecho do livro aqui.
Antes de começar a falar minhas impressões, quero agradecer a Isabella por ter me enviado o kit lindo que a Editora Arqueiro montou para o livro. O kit vem com caixinha, marcadores, bottom e um pendrive em formato de cartão com material de divulgação. Amei muito!!! Obrigada Isabella!!!
A um tempo atrás, antes mesmo da divulgação do lançamento pela Arqueiro eu ouvi falar do livro. Não lembro exatamente quando e quem, mas li que a pessoa tinha lido o livro em inglês e se encantado com todas as nuances da história. Os comentários foram tão encantadoramente simples que me deixaram super curiosa para ler o livro, então imaginem minha empolgação quando soube que o lançamento estava próximo e que logo poderia ler o livro em minhas mãos.
Com a empolgação e curiosidade lá nas alturas, uma semana antes de receber o livro, fiquei sabendo de um detalhe que me “murchou” um pouco. Não sou de julgar antes de ler, mas confesso que saber que o livro surgiu de uma fanfic de Twilight me deixou bastante preocupada (não é segredo que abandonei 50 tons) e minhas expectativas caíram consideravelmente. Agora, ao terminar o livro, tenho a impressão de que seu impacto em mim foi devido ao esperar muito pouco.
Eu me encantei com a história de Gabriel e Julia. Fui fisgada pela história de tal forma que devorei as 500 páginas rapidamente. No final, eu fiquei com uma sensação de querer mais, de querer saber o que aconteceria a partir dali. Sabe aquela sensação de que o livro vai ficar por um bom tempo na cabeça e será difícil começar outro? Terminei O Inferno de Gabriel suspirando e querendo muito que Julho chegue logo para que Gabriel’s Rapture esteja em minhas mãos.
"Mas, aninhada nos braços de Gabriel na noite anterior, uma onda de emoção a tinha dominado, e todas suas frágeis defesas foram arrastadas para o mar como um castelo de areia. O amor que sentia por ele continuava ali, uma pequena chama que ardia de tal forma que nem toda a agua do oceano conseguiria apagar." (pág. 263)
Mas, não. O livro não é perfeito. Tem várias momentos previsíveis e de comparação (tanto com Twilight quanto com 50 tons). Algumas coisas ficam superficiais em alguns momentos e dando a ligeira impressão de que não foram bem amarradas. Algumas posturas da Julia me irritaram profundamente. Sabe aquela coisa da Bella e da Ana caírem o tempo todo? Então… Julia tem problemas em segurar os copos…rs Além, claro de momentos de infantilidades, crises desnecessárias de choro e seus dramas infinitos – tudo isso em uma mulher de 23 anos. E para completar, Julia também tem problemas para aceitar presentes.
" Julia nunca se perguntava por que coisas ruins aconteciam com pessoas boas, pois já sabia a resposta: coisas ruins aconteciam com todo mundo. Não que isso servisse de desculpa ou justificativa para fazer mal a outro ser humano. Ainda assim, todos tinham uma experiência em comum: a do sofrimento. Ninguém deixava este mundo sem verter uma lágrima, sentir dor ou navegar pelos mares da tristeza. Por que a vida dela seria diferente?" (pág. 186)
Outra coisa que não entendi direito foi Paul… Essa coisa de devoção instantânea e “querer fazer tudo” por alguém que conhece a algumas horas não entra na minha cabeça. Junto com tudo isso, ainda tem alguns momentos arrastados em que tudo o que eu queria era que passasse logo para saber o que iria acontecer depois. Teve um pouco de excessos no livro, de vários tipos. E olha que eu nem mencionei toda a culpa e a auto depreciação presentes no casal.
"- O pecado não pode ser atraído para um ser humano, professor. É o contrário.
- Não no meu caso. O pecado parece me encontrar até quando não estou procurando por ele. E não sou muito bom em resistir tentações." (pág. 56)
Se você chegou até aqui deve estar se perguntando como eu posso ter gostado do livro depois de apontar tanta coisa negativa. Só para ficar claro, sim eu gostei do livro. Gostei muito! Mesmo com todos os pontos negativos, não consegui ficar indiferente. Não teve como não ficar apaixonada. É aquela velha história de que tudo na vida tem dois lados, e eu me apaixonei pelo livro inclusive com seus defeitos.
“- O que você está fazendo? - perguntou ela.
- Estou alimentando o desejo, Julianne. Agora me diga o que quer. Você está corada, seu coração está acelerado e consigo ouvir sua respiração. O que você deseja? - Ele voltou a aninhar seu rosto nas mãos e aproximou a boca da dela.
Perto, mas ainda sem tocá-la.
-Quero beijar você - sussurrou ela.
Ele sorriu.
- Também quero.
Ela esperou. Mesmo assim, ele não se mexeu.
- Julianne - chamou ele.
Ela abriu os olhos.
- Venha pegar o que quer.
Ela respirou fundo, com força.
- Se você nunca der o primeiro passo, vou concluir que não me deseja. Que estou sendo exigente demais. Depois de uma noite como esta, você deveria ser a única pessoa a exigir algo.” (pág. 324)
O livro tem um toque muito grande de poesia. Tem um romantismo que escorre pelas páginas, mesmo estando muito presente a sensualidade. É encantador como a história vai se mostrando muito mais sensual do que erótica. O amor entre Julia e Gabriel é uma viagem da escuridão para a luz, do Inferno para o Paraíso. E o romance descrito no livro é tão meloso e doce que acho quase impossível ter sido escrito por um homem. É tão doce que beira o enjoo e já vi muitos comentários ruins por ser ‘doce demais’. Não que eu tenha achado ruim todo esse mar de açúcar, mas vale lembrar que eu sou uma romântica sonhadora, daquelas que ficam suspirando pelos cantos em alguns momentos…rs
"Estar sem você, Julianne, é como suportar uma eterna noite sem estrelas." (pág. 328)
Vale comentar que o livro vem recheado de citações literárias e muitas referências de músicas, obras clássicas, pinturas, esculturas, lugares, Shakespeare e um grande vocabulário italiano. Tudo deixa a leitura muito mais interessante. Embora muitas coisas fizessem sentido para mim (mesmo fazendo muito tempo que li A Divina Comédia e tive aula de história da arte e do teatro), não acho que as referências façam com que quem não as conheça fiquem perdidos.
"- Não quero parecer... como São Francisco de Assis nem nada assim, mas qualquer um pode gritar palavrões. Por que eu deveria ser como ela? Por que não pensar que às vezes, só às vezes, o mal pode ser vencido com o silencio? E deixar que as pessoas ouçam quanto são odiosas com seus próprios ouvidos, sem nenhuma distração. Talvez, às vezes, a bondade baste para expor o mal como ele realmente é. Em vez de tentarmos impedi-lo fazendo mais mal ainda." (pág. 128)
Encantada e fascinada. É assim que me sinto. Mais do que somente uma história de amor, O Inferno de Gabriel fala sobre medos, confiança, desespero, redenção e reparação de pecados. É um livro para ser lido com o coração. É um livro que vai ficar por muito tempo em meu coração.
Curiosidades:
Muitas referências são feitas no livro e queria dividir algumas coisas com vocês. Uma delas é o quadro de Henry Holiday, Dante e Beatriz (Dante meets Beatrice at Ponte Santa Trinita):
Uma citação que me deixou com um sorriso bobo foi do poema nalgum lugar em que nunca estive, de e. e. cummings. Eu conheci esse poema através de uma canção do Zeca Baleiro, que é a minha preferida do cantor e pensei em deixar para quem quiser conhecer o poema e canção:
Entre várias músicas citadas, o título de uma delas me chamou a atenção e, curiosa que sou, fui buscar a letra. Lying in the hands of God. Me apaixonei pela música. Me apaixonei pela letra. Seria muito egoísmo não dividir ela.
Eu adorei a capa nacional. Para mim é perfeita. Mas achei outras edições e quis dividi-las com vocês, olhem só:
E a Editora Arqueiro já divulgou que o segundo livro, O Julgamento de Gabriel será lançado em julho. E eu estou contando os dias!!!!