A desconstrução de Mara Dyer – Michelle Hodkin
29/12/2013
Mara Dyer não sabe se é louca ou apenas assombrada. Tudo o que sabe é que tudo à sua volta morre. Basta ela querer...
Mara Dyer acha impossível algo pior do que acordar em um hospital, sem memória. Ela acredita ter sido uma fatalidade o acidente que matou seus amigos e do qual ela escapou sem sequelas... físicas.
E, depois de tudo o que aconteceu, ela acredita que seria impossível se apaixonar.
Mara Dyer está errada...
Eu me interessei pela história de Mara Dyer desde o momento em que fiz a divulgação do livro aqui no blog em uma news da Galera. Ao terminar a leitura, fico contente que meus instintos não estavam errados :)
“- É preciso ser um artista e um louco, uma criatura de infinita melancolia, para discernir, imediatamente, o demoniozinho mortal entre as crianças puras - disse ele com o sotaque britânico escorrendo em meio às palavras, a voz suave e baixa. - Ela não é reconhecida pelas demais crianças e tampouco tem consciência do seu fantástico poder.
Fiquei ali, encarando-o, boquiaberta e sem palavras. Teria gargalhado - a coisa toda era meio ridícula. Mas o modo como falou, o modo como olhava para mim, era assustadoramente íntimo. Como se soubesse meus segredos. Como se eu não tivesse segredos.” (pág. 57)
Mara Dyer passou por um acidente onde seu namorado e sua melhor amiga morreram e ela saiu praticamente sem nenhum arranhão e sem lembrar do que aconteceu. A partir daí ela não sabe se é realmente louca ou se algo maior está acontecendo com ela. E é nesse clima de suspense que Michelle Hodkin me ganhou.
“- Então, quem mais conheceu? Alguém interessante? Além de mim, é claro.
Abaixei a voz e rabisquei o papel quadriculado.
- Interessante? Não. Escrotinho? Sim.
A covinha na bochecha de Jamie ficou mais profunda.
- Deixe-me adivinhar. Um certo babaca despenteado com um sorriso de fazer as calcinhas caírem?
Talvez.
Jamie assentiu.
- Esse seu rosto vermelho me diz que é definitivamente o caso.” (pág. 59)
Ponto para os personagens secundários. Embora não conheci tanto quanto gostaria dele, Jamie é uma graça e um amigo que eu gostaria de ter. Daniel, o irmão mais velho de Mara é exatamente o que todo irmão mais velho deveria ser: protetor, carinhoso e sempre prestativo – sem deixar deixar de pegar no pé.
“- Adianta perguntar o que ai fazer comigo?
Ele deu um sorriso malicioso.
- Na verdade não.
Incrível.
- Será necessário que decore alguma palavra chave caso precise de socorro?
- Isso vai depender inteiramente de você. - Noah chegou impossivelmente mais perto, apenas a centímetros de distância. Algumas sardas sumiram para trás do pescoço na altura do maxilar dele. - Serei delicado - acrescentou. Minha respiração ficou presa na garganta conforme ele me olhava por debaixo dos cílios, me destruindo.
- Você é mau - declarei.
em resposta, Noah sorriu e ergueu o indicador para bater de leve na ponta do meu nariz.
- E você é minha - falou, e então foi embora.” (pág. 150)
Noah... Eu gostaria de ter um livro todo com Noah narrando. Gostaria de saber se ele é mesmo assim como Mara o vê ou se ele realmente é mais como eu vi durante a narração dela. Quer dizer, eu adorei Noah e todas as suas facetas. Adorei o fato de não saber exatamente quem ele era ou o que ele escondia e adorei mais ainda estar certa de uma coisa e ser surpreendida. Isso foi o ponto máximo do livro porque eu tinha certeza de que iria caminhar para uma coisa e fazia tempo que eu não era surpreendida. Mais um ponto para Michelle.
“Semicerrei os olhos para ele.
- Fui avisada sobre você, sabe.
E com aquele meio sorriso que acabava comigo, Noah respondeu:
- E mesmo assim está aqui.” (pág. 190)
Quanto a Mara... Eu acredito que estou com um pequeno problema de implicância com as “mocinhas”. Não consigo definir se gostei dela ou não, mesmo tendo adorado a forma como ela foi escrita.
“- Não pedi para se casar comigo. Pedi que jantasse comigo. O quê? Tem medo de que eu arruíne a imagem que está cultivando aqui?
- Que imagem? - perguntei, sem animação.
- Angustiada, solitária, emo-adolescente introspectiva, encarando o nada enquanto rabisca folhas em decomposição que caem de galhos nus e... - A voz de Noah sumiu, mas o olhar superior de diversão no rosto dele não.
- Não, isso foi lindo. Por favor, continue.” (pág. 105)
Acredito que a personagem está perfeita dentro de todas as suas contradições, afinal o colegial já é bastante intenso (e Anna e Aiden estão aí para provar o que eu digo) mesmo sem você ser assombrada, louca, psicótica tudo-junto-ou-nada-disso... E teimosa... Eita menina teimosa. Mas que adolescente não é? (Ah, e senti um pouco mais de afinidade com ela quando descobri que ela faz aniversário no mesmo dia que eu... Nada a ver com a história mas eu achei tão legal...rs)
“Uma corrente viajou das pontas dos dedos até o vazio que costumava ser meu estômago.
E simplesmente assim, eu era total, completa e inteiramente,
Dele.” (pág. 147-148)
Adorei a forma que o romance entre Mara e Noah foi construído, mesmo com alguns clichês. Quer dizer, tem um pouquinho daquela coisa de Noah bater o olho em Mara e já saber que é com ela que ele quer ficar e coisa e tal, porém o motivo é diferente do normalmente usado de “ela é a garota mais bonita que eu conheci”. E como Noah tem uma certa reputação, Mara não se entrega logo de cara – mesmo que ela só fique se fazendo de difícil na maioria das vezes, eu gostei de como as coisas foram acontecendo. E gostei mais ainda do fato do romance estar lá e mesmo assim o foco principal ser em tantas outras coisas.
- Você deveria dizer: "Só quero a sua felicidade. Farei o que for preciso, ainda que signifique ficar sem você".
- Sinto muito - falou Noah. - Simplesmente não sou uma pessoa tão boa assim. (pág. 349)
Com uma mistura exata e perfeita de realidade, loucura, suspense e romance Michelle Hodkin arrasou em seu primeiro romance. E eu terminei a leitura desejando desesperadamente o segundo livro para saber mais de Mara, Noah e toda essa história... Preciso dizer que eu recomendo (e muito) a leitura?
10 comentários
Caramba, cada quote melhor que o outro. =)
ResponderExcluirTambém fui com a cara do livro desde a divulgação, faz bem a linha que gosto e caramba tenho que dizer que lembrou um pouco "No limite da atração" pq a mocinha passa por uma situação e acaba "bloqueando" as lembranças do dia.
E será que ela é maluca? Aiii preciso correr para ler. Outro ponto que gostei foi saber que o irmão não é um ser implicante até o fim.
E como eu gosto de clichê já gostei mais do Noah. =)
Uau! Adorei a resenha e o livro com certeza está na minha lista. Quero muito ler.
ResponderExcluirNão é exatamente meu estilo, prefiro mais os romances do que os mistérios mas fiquei bem curiosa e é provável que dê uma chance...
ResponderExcluirO livro não é muito meu estilo,mas eu adorei a capa! Continue sempre assim adoro suas resenhas!
ResponderExcluirEu não conhecia a história deste livro, mas gostei da resenha. A capa é linda e adorei os quotes que você citou. O Noah parece ser mesmo apaixonante...
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar do livro, mas nunca soube do que se tratava.. parece até interessante, mas não colocaria como prioridade de leitura.
ResponderExcluirBjs
Eu já li, e gostei. ótima resenha!
ResponderExcluirAdoreeei a capa, e adorei o enredo. Sempre achei livros de suspense, zilhoes de vezes melhores que os filmes, sei la, acho que como voce imagina, fica tudo mais real. Com certeza é o proximo a ser lidoo
ResponderExcluirnossa nao conhecia este livro,amei a resenha e estou com vontade de ter um para ler
ResponderExcluirRealmente precisarei ler mais sobre este livro, ficou bem confuso em minha mente. (ou será que é porque hoje já li demais????
ResponderExcluirBjss Lica
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