O ano letivo de Colin Fischer acabou de começar. Ele tem cartões de memorização com expressões faciais legendadas, um desconcertante conhecimento sobre genética e cinema clássico e um caderno surrado e cheio de orelhas, que usa para registrar suas experiências com a MUITO INTERESSANTE população local. Quando um revólver dispara na cantina, interrompendo a festinha de aniversário de uma das garotas, Colin é o único que pode investigar o caso. Está em suas mãos provar que não foi Wayne Connelly, justamente aquele que mais o atormenta, que trouxe a arma para a escola. Afinal de contas, a arma estava suja de glacê, e Wayne não estava com os dedos sujos de glacê…
Eu não tinha lido nada sobre Colin Fischer quando decidi colocá-lo em minha lista de leituras. Achei a capa fofa e as vezes isso basta. Antes de ler a sinopse, li os comentários na contra-capa e sabia que assim que ele chegasse aqui em casa ele furaria a fila. Dito e feito. E não me arrependo.
Colin Fischer é um fofo. Mas digo isso com plena certeza de que ele é um fofo por que está nas páginas, por que acabamos conhecendo Colin por alguns breves momentos e imagino que no dia a dia não deve ser fácil lidar com uma pessoa com a SÃndrome de Asperger. Mesmo assim, ele é um fofo!
Mas os outros personagens também são fofos e conquistam... Os pais de Colin e a forma como eles tentam lidar com Asperger e seu irmão totalmente normal, Melissa e o quase envolvimento com Colin, o professor de educação fÃsica que aparentemente não está nem ai para a sÃndrome de Colin e o coloca em situações limites (mas importantes para o menino), a diretora que entende o caso e nem por isso não toma as atitudes necessárias com o garoto... Enfim, há muitos personagens bons em Colin Fischer.
A forma como os acontecimentos vão sendo narrados é bem envolvente. Colin é muito lógico e quando percebe que algo está errado ele precisa resolver o problema. A questão nem é ‘salvar’ Wayne e sim encontrar a verdade que é muito mais importante. A relação que acaba se criando entre os dois chega a ser irônica, afinal Colin era alvo de Wayne desde a pré-escola.
“A vida real não funciona como um romance de mistério. Mas deveria.” (pág. 152)
Ao mesmo tempo que é incrÃvel a capacidade de Colin em saber sobre muitas coisas de muitos assuntos, isso resultou em uma das poucas coisas que me incomodou no livro. As excessivas notas de rodapés. Algumas foram desnecessárias e longas demais para mim, fazendo com que o ritmo da leitura diminuÃsse um pouco – mas não chegou ao ponto de apagar o brilho da história.
É tão engraçado como algumas coisas acontecem... Sempre falo do quanto é difÃcil um livro único em meio a tantas séries e trilogias, mas ao terminar o livro fiquei com uma super vontade de quero mais... Saber o que virá depois de tanto que aconteceu com Colin, de saber mais de Wayne, de Melissa... Adorei o livro e realmente gostaria de uma continuação.