Não seja notado e não será enforcado. É sob esta lei que os Peculiares, crianças nascidas da união entre mortais e fadas, vivem. Após a invasão do mundo pelos seres mágicos, as fadas foram aceitas, mas os mestiços não têm lugar. E os irmãos Barthy e Hettie vivem com medo. Tudo piora quando Peculiares são encontrados boiando no Tâmisa. Mas os irmãos estão seguros nos cortiços das fadas em Bath, não? Provavelmente... Se não fosse pela misteriosa dama que aparece no Beco do Velho Corvo.

Quando fiz a divulgação do livro por aqui eu fiquei bem empolgada com ele. Tinha visto uma imagem no Facebook da Galera e achei ela muito fofa então foi escolha garantida. Mas nem tudo foram flores para mim durante a leitura.

Em uma mistura de romance gótico, mistério, magia e steampunk O Peculiar trás um mundo diferente onde as fadas são aceitas, porém os mestiços (Medonhos ou Peculiares) tem que viver escondidos ou serão mortos. É assim que conhecemos Bartholomew e Hettie.

O livro é bem descritivo e cheio de detalhes. Acontece que o maior foco está no mundo e não tanto nos personagens e isso acabou fazendo com que eu me perdesse em alguns momentos. Quer dizer, ao mesmo tempo que tem muita informação sobre o mundo senti falta de criar uma conexão com os personagens. Eu não consegui me conectar com Barth, Hettie e nem com o Sr. Jelliby – mas deixa eu contar para vocês que esse é o terceiro livro com elementos de “steampunk” que leio e acho que esse estilo não é para mim...

E o chato de não se conectar com a história ou com um personagem é que você passa a analisar tudo, a questionar tudo e a fazer perguntas que acabam sem respostas. Um exemplo? As crianças mistas do relacionamento entre fadas e humanos são rejeitadas – se forem encontradas são enforcadas, essa é a regra. Mas e os casais mistos? Não é mencionado que eles são evitados e se os peculiares são rejeitados por que os pais não cuidam melhor deles?

Um pouco depois da metade, eu estava curiosa para saber para onde tudo ia e não dá para negar que o clima de aventura e mistério me conquistou um pouco. Eu sou curiosa e queria saber mais... E o final? Deixa o leitor querendo saber o que vai acontecer no próximo livro e como as coisas vão se resolver.

O Peculiar acabou não sendo exatamente o meu tipo de livro, mas pesquisando um pouco pela internet vi que ele agradou bastante algumas pessoas, então não se desanimem com as minhas palavras. Bachmann escreveu um livro bem diferente e merece todo o crédito por ter arriscado – e isso já faz a leitura valer a pena.