Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras... Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.

Eu me apaixonei pelo trabalho da Colleen em Métrica (e Pausa) então tinha a certeza de que Um caso perdido estaria em minhas leituras. A ansiedade foi ficando ainda maior com os postais que a Galera postou para divulgação e quando o livro chegou é claro que ele furou a fila e eu praticamente o devorei. Mas como todo livro que a gente gosta muito é difícil de escrever a resenha, aqui estou eu quebrando a cabeça de como colocar em palavras tudo o que eu senti.

“(...) – O problema é que eu não sei qual é a escolha certa a fazer.
Ele segura minha mão inteira, entrelaçando nossos dedos.
– É porque não existe uma escolha certa – diz ele. – Às vezes, precisamos escolher entre um monte de escolhas erradas, sem a possibilidade de nenhuma certa. Você simplesmente tem de decidir pela escolha errada que parece menos errada.” (pág. 369)

Quando terminei de ler a primeira página eu soube que meu coração iria ficar apertado provavelmente até o final do livro. Aquele aperto que a gente sente quando sabe que tudo vai dar certo no final mas que tem que sofrer um pouco antes, entendem? E aí a história começa... E a gente descobre que Sky não sente nada por garoto algum... Isso até encontrar/conhecer Holder. Ele é o primeiro que faz seu coração pular, o primeiro que a faz sentir.

“Ele simplesmente me faz sentir. É o único garoto que já se importou se eu estava ou não sentindo alguma coisa, e, só por isso, deixo ele roubar mais um pedacinho do meu coração. Mas não parece o bastante, pois de repente quero dar meu coração inteiro para ele.” (pág. 223)

Holder... Como falar de Holder??? É impossível não se apaixonar por ele. Com um toque de bad boy meio mal humorado e misterioso, Dean Holder é aquele tipo de personagem que rouba a cena (e o seu coração). Começo a achar que a Colleen tem um super talento para escrever personagens masculinos cativantes e perfeitos. Perfeitos no melhor dos sentidos – não daqueles que não tem nada de errado, mas daqueles que tem defeitos e momentos que nos deixam pensando por que ele fez isso ou aquilo. E isso torna tudo muito mais perfeito e lindo de ler. Depois de me apaixonar por Will (de Métrica) achei que não fosse encontrar outro cara que me encantasse tanto, mas Holder... UAU!!!!

“– Fodam-se todas as primeiras vezes, Sky. A única coisa que importa para mim com você são os para sempre.” (pág. 299)

E Sky não fica para trás. Ela é uma das melhores personagens femininas que encontrei esse ano. Ela é diferente... Do tipo que quando encontra um papel em seu armário chamando-a de ‘puta’ ela pensa que falta criatividade e ao invés de arrancar do armário ela os torna mais criativos. Ela é aquele tipo de garota que não se incomoda com um final feio por que isso o torna real. Ela é o tipo de garota que eu gostaria de ter como amiga.

“É realista Six. Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes superfalsos que deviam irritar você.” (pág. 84)

O relacionamento entre Sky e Holder é de uma química perfeita. É interessante, intenso, apaixonado e muito real. E toda a questão do primeiro beijo deles? Nossa... Melhor. Primeiro. Beijo. Do. Mundo. E olha que eles nem se beijaram realmente nesse momento. Perfeito... Perfeito... Perfeito.

“ – Vou lhe avisar uma coisa – diz ele baixinho. – Assim que meus lábios encostarem nos seus, vai ser, sim, seu primeiro beijo. Porque, se nunca sentiu nada enquanto alguém a beijava, então ninguém jamais a beijou de verdade. Não da maneira como eu pretendo beijá-la.” (pág. 122)

Um caso perdido não é só uma história fofinha, bonitinha ou qualquer adjetivo que se possa pensar ao olhar sua capa. É uma história sobre a vida, sobre o amor, sobre como o certo e o errado podem ser relativos em alguns momentos. É um livro sobre confiança e sobre a verdade... Em como ela pode destruir mas também curar. É sobre lidar com ‘tragédias’ e como se recuperar delas e encontrar a paz. É sobre a força que cada um tem, em como encontra-la, em como não ser apenas uma vítima mas sim um sobrevivente.

“Ele beija o topo da minha cabeça, e eu ergo o olhar para o céu, perguntando-me se algum dia serei capaz de me sentir normal outra vez. Era tão mais fácil não saber a verdade.” (pág. 343)

Um livro comovente, forte, impressionante e que arrebatou meu coração de forma maravilhosa, me deixando a certeza de que eu não vou esquecer dele tão cedo. Um livro que me ensinou que não precisamos ser fortes o tempo inteiro, que as vezes as perguntas mais fáceis são as mais difíceis de se responder, que nem sempre precisamos de um início feliz e perfeito porque o que realmente importa são os ‘para sempre’. Um Caso Perdido é um livro que eu daria 6 em um total de 5 estrelas – se a gente usasse estrelas aqui. Um livro perfeito e marcante que me deixou querendo mais e mais livros da Colleen e garantiu o lugar dela entre minhas autoras favoritas.