Cidade do Fogo Celestial – Cassandra Clare
31/08/2014
ERCHOMAI, Sebastian disse. Estou chegando. Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo — deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais.
“Heróis nem sempre são os que vencem. Algumas vezes, são os que perdem. Mas eles continuam lutando, continuam voltando. Não desistem. É isso que faz deles heróis.” (pág. 79)
Como falar? Como escrever alguma coisa depois de ler as últimas linhas de Cidade do Fogo Celestial sabendo que esse é o fim da série? E como controlar a ansiedade até que venha The Dark Artificies?
Depois de alguns spoilers – alguns que pedi e alguns que peguei ao acaso e até fora de ordem me deixando louca para saber mais ou como iria ocorrer, só posso dizer que adorei muitas das coisas que aconteceram. E não sei como escrever sem contar detalhes importantes para quem ainda não leu, então me perdoem se a postagem ficar meio superficial ou sem muitos detalhes de roteiros.
Meu ritmo de leitura não foi dos melhores, mas não pensem que é problema do livro. É tanta coisa acontecendo, são tantos pontos de vista para que tudo seja compreendido e junto a isso a vontade de que a série não chegue ao fim que levei mais tempo que o normal para ler o livro. Mas não me arrependo, foi bom ir lendo devagar e ir descobrindo aos poucos as coisas.
Acho que o melhor de tudo são as mensagens que Cassandra traz nesse livro é tudo sobre coragem, sacrifícios, lealdade e amizade. E também sobre amor e compaixão. É sobre se importar com os outros e ir até o inferno para ajudar aqueles que você ama. É sobre não ter importância se o sangue é o mesmo ou não quando o assunto é família. É sobre fazer o certo, mesmo que isso custe a sua vida.
“– Às vezes é uma questão de escolha – falou. – Entre salvar uma pessoa e salvar o mundo inteiro. Já vi acontecer, e sou egoísta o suficiente para querer que a pessoa que me ama me escolha.” (pág. 322)
Clary... Lembro que quando escrevi sobre Cidade dos Ossos gostei dela – mesmo me irritando um pouco. Acontece que logo em Cidade das Cinzas comecei a achar ela mais chata e a irritação com ela só aumentava a cada livro. Já falei em uma das últimas resenhas que acredito que muito da minha implicância com a Clary se deve ao meu carinho pelo Jace e em querer alguém perfeita para ele... E em Cidade do Fogo Celestial Clary me ganhou... Ela é perfeita para o Jace, porque os dois são perfeitos juntos. Essa era a Clary que eu gostaria de ter visto nos outros livros e esse é mais um detalhe que me deixa triste ao saber que agora que ela chegou no melhor ponto, acabou a série.
Jace... Ah, menino... Como te amar menos? Como não te amar? Como não torcer por você a cada página, mesmo quando suas atitudes me deixam um pouco revoltada? E como não ficar feliz e cheia de lágrimas nos olhos quando você diz coisas como “Você me fez mudar para a melhor, e mesmo que me abandonasse, eu ainda teria isso.” Eu não tenho palavras suficientes para explicar o que sinto por Jace ou falar sobre ele. Tenho a sensação de que mesmo que ele estivesse em todas as páginas, ainda assim não seria o suficiente para mim.
“– Ela é... Isabelle. É inteligente, forte e uma boa guerreira. Melhor que eu. Merece ficar bem, ser feliz.” (pág. 377)
Isabelle... Com seu jeito de durona e de esconder o que realmente sente ela foi me conquistando a cada livro e fazendo com que eu torcesse muito por ela e por Simon. Ainda não sei se concordo com o que aconteceu, tenho para mim que ela merecia muito mais e que foi tudo muito injusto para ela. Mesmo que tenha um algo a mais no final, me passou a impressão de que foi um pequeno acerto das coisas, uma pequena dose de esperança. Posso sonhar com uma série nova com ela de personagem principal???
“– Você entrou na minha vida, Simon Lewis, e não sei como, nem por quê, e nem mesmo quando aconteceu, e eu meio que odeio isso, mas não consigo mudar, e é isso.” (pág. 395)
Sim, eu sei que tem série nova vindo por aí e que provavelmente teremos uma noção de como as coisas estão com nossos queridos personagens, mas o foco da série é a Emma – não que eu não esteja querendo saber sobre a Emma e tudo mais, eu adorei ela e não vejo a hora do livro estar pronto e também por aqui, mas isso não quer dizer que terei o tanto de Jace, Clary, Alec, Magnus, Izzy e Simon como gostaria. Por falar nisso, ouvi que terá um livro novo contando mais sobre como Simon está encarando tudo o que acontece com ele no final do livro (para não contar um spoiler por aqui) mas isso quer dizer espera e incerteza – já que só quando for tudo confirmado com títulos, releases e datas é que teremos certeza do que realmente vem por ai. Mas a gente pode sonhar não é mesmo?
“– Somos todos parte do que nos lembramos. Guardamos em nós as esperanças e os medos daqueles que nos amam. Contanto que exista amor e lembrança, não existirá perda de fato.” (pág. 527)
Cassandra Clare fez um ótimo trabalho de fechamento de pontos em Cidade do Fogo Celestial. Gostei de como as coisas se desenrolaram para a maioria dos personagens – mesmo as mortes menos esperadas fizeram sentido para mim, assim como a ligação da série com Peças Infernais. Eu ri, eu chorei, eu fiquei ansiosa e angustiada, nervosa com algumas coisas. Mas também suspirei em alguns momentos, vibrei em outros e acho que talvez nunca tenha desejado tanto fazer parte de uma história como dessa vez. Não vou negar que a cena mais esperada por mim (e talvez um monte de fãs) seria o próximo passo do relacionamento entre Jace e Clary e fiquei muito contente com a forma que ele foi escrito. Acontece que o final não tem cara de final e eu não sei se isso é bom ou ruim. Ao terminar o livro eu fiquei com a mesma sensação que tive ao terminar Cidade de Vidro – só que dessa vez sem a certeza de que tem mais livros vindo por ai.