Três dias para sempre - Quanto tempo você precisa para saber que está apaixonado? Uma semana? Um mês? Um ano? Line e Teo só precisaram de três dias. E, em três dias, eles vivem uma paixão que, pela sua vontade, duraria para sempre.
Line mora sozinha no Rio, ainda juntando os cacos depois que o seu noivo a abandonou no dia do casamento. Sem um emprego decente, sem um amigo sequer e sem coragem de voltar para a sua cidadezinha natal, ela vê os dias passarem enquanto aguarda algum sinal do destino sobre qual caminho seguir. No ônibus ela conhece o brasiliense Teo, que está na cidade a passeio, curtindo o verão mais escaldante dos últimos mil anos. Olhares trocados, mensagens de texto e uma vontade incontrolável de se ver mais uma vez... É assim que começam as paixões mais gostosas. Para Line, poderia ser apenas uma distração (maravilhosa) para as noites quentes de Copacabana, seja nos barzinhos junto com a galera ou na (quase) privacidade do apê onde Teo está hospedado. O problema é que um coração cansado de sofrer se preenche com a maior facilidade e Teo não pode ir embora sem saber que mudou a vida dela para sempre.

Em uma cidade maravilhosa, dias incríveis e um final inesperado.

Não é de hoje que escuto pela blogosfera falar da Janda Montenegro. Ainda não tinha lido nada da autora e Três Dias para Sempre me ganhou pela capa quando chegou aqui em casa através da nossa parceria com a Novo Conceito. Confesso para vocês que será um verdadeiro desafio escrever essa resenha por dois grandes motivos... Primeiro eu não quero contar spoilers e segundo por ter gostado tanto do livro. Então, só soltei um pequeno spoiler no comentário que deixei para a Janda no final (e deixei ele de modo que você precisa selecionar o texto, assim quem não quer saber pode ler a resenha sem medo que os olhos não irão cair nele).

Eveline está no Rio tentando se recuperar depois de ter seu coração realmente partido. Eu diria que ela não está exatamente vivendo, está somente passando os dias até que resolva realmente o que fazer. A única coisa que ela sabe é que não dá para voltar para sua cidade no interior da Bahia, já que seu noivo a abandonou no altar. Ela conta com a ajuda de Raffa, um anjo da guarda que apareceu em seu caminho mas que Line ainda não considera como uma amiga – mesmo sendo o mais perto disso que ela tem na cidade maravilhosa.

"Todos os dias, centenas de dezenas de pessoas ao redor do mundo acordam com a esperança de, naquele dia, encontrar o amor da sua vida. Todos os dias, centenas de dezenas de pessoas ao redor do mundo dormem, com a esperança de que no dia seguinte terão mais sorte e encontrarão o amor de sua vida."
(pág. 189)

Em um desses dias em que a última coisa que a gente quer é estar onde deveria, acaba dando tudo errado para Line e ao mesmo tempo tudo certo. Os turistas que ela deveria receber no aeroporto não aparecem, e ao pegar um ônibus para voltar para o hotel ela acaba conhecendo Teo. Por um motivo que nem ela mesmo entende, Line acaba dando seu cartão com o telefone para o turista brasiliense (que diz que vai ligar para ela e realmente liga) e é onde tudo começa e que eu paro de contar os detalhes da história.

"Tudo para ele era de boa, era tranquilo. Aquele jeito de encarar as coisas sem preocupação, sem se frustrar, maravilhava Line, tão acostumada com a amargura do abandono. Aquela era uma pessoa que, independentemente de para onde a vida os levasse, ela queria ter sempre em seu coração, para se lembrar de que a vida pode ser muito mais simples ao nos desapegarmos das coisas em vez de fazermos muitos planos."
(pág. 79)

Como o livro é contado pelo ponto de vista de Eveline, não posso falar muito de Teo. Quer dizer, já que a Line se encanta por ele, não tem como não se encantar por ele já que estamos conhecendo ele pelos olhos dela. Eu realmente gostei do Teo e durante a narração a gente acaba vendo que Line não está cega e exagerando, ou então gostando dele só por ele ser um cara bonito. Mesmo sendo três dias, Teo tem alguns gestos que mostram sua personalidade que faz com que a gente pense “sim, ele realmente é um cara legal!”

Falar da Line é mais difícil... Principalmente por me identificar tanto com ela e sua insegurança e dúvidas. Suas incertezas de quem já teve o coração partido e que não quer passar novamente por isso e suas certezas de que merece mais do que teve e que precisa começar a viver o momento – mesmo que seja só um pouco. Muitas dúvidas que passa pela cabeça dela já passaram pela minha ou seriam as mesmas que eu teria se estivesse no lugar dela e isso influenciou no meu julgamento dela e na torcida que eu fiquei por ela durante a leitura.

"É incrível como uma simples frase pode desencadear uma série de possibilidades na cabeça de uma garota. No caso de Line, então, as possibilidades eram multiplicadas pela insegurança e potencializadas pelo medo, abrindo um leque tão infinito que ela nem conseguia ter certeza de qual seria a pior opção."
(pág. 149)

Eu fiquei encantada com a escrita da Janda. Li o livro em poucas horas e fiquei muito surpresa com o final. Sim, na capa trás uma frase que tem um final inesperado e mesmo eu imaginando mil possibilidades (cada vez que alguma coisa acontecia eu pensava “há, vai ser assim”) e adorei ter sido surpreendida. Adorei mais ainda por pensar que esse final de certo modo teve uma certa dose de coragem da autora que não caiu no convencional e nem no previsível. Até comentei na minha postagem no Instagram que 270 páginas foram pouco e que eu torço por mais um. O legal foi ver a autora comentando na minha foto...

Janda... (spoiler – selecione o texto) Eu sei que estou sendo mais que precipitada, o livro nem saiu direito do forno mas é que aquele final acabou comigo... Mesmo assim foi o motivo que me fez gostar ainda mais de Três dias para sempre e também por  me dar a certeza de que ele está perfeito assim do jeito que está. Foi meu lado romântico de querer um feliz para sempre que me faz torcer por uma continuação que termine diferente... (fim do spoiler)

 

Para finalizar... A Novo Conceito fez uma bela edição para o livro, com fonte bacana e decoração nas páginas e no início de capítulos. Eu já comentei que adoro esses pequenos detalhes e que eles de certo modo fazem com que eu me encante ainda mais pela história. Até encontrei um ou outro errinho, mas nada que tirasse o brilho da obra ou que atrapalhasse realmente a leitura. Então, obrigada Novo Conceito pela belíssima edição e pela chance de ler mais um livro encantador de um autor nacional.