A Curiosidade – Stephen P. Kiernan
14/06/2015
A cientista Kate Philo e sua equipe em um projeto revolucionário de criogenia fazem uma descoberta impressionante no Ártico: o corpo de um homem enterrado no gelo. O ambicioso chefe do projeto ordena que o homem seja levado para o laboratório, em Boston, e reanimado — o que é feito com sucesso. À medida que o homem começa a recuperar a memória, a equipe descobre que ele foi — ou melhor, é — Jeremiah Rice, um juiz, e a última coisa de que ele se lembra é a queda no oceano Ártico em 1906.
Unidos por circunstâncias além de seu controle, Kate e Jeremiah se tornam próximos. Mas o tempo está passando, e Jeremiah percebe que sua vida está mais uma vez em risco. Muito em breve Kate deverá decidir até onde está disposta a ir para proteger o homem que aprendeu a amar.
A curiosidade é um thriller emocionante, comovente e original que levanta questões perturbadoras sobre a natureza da vida e da humanidade.
Com uma capa linda e uma frase que me conquistou de cara, foi quase impossível deixar A Curiosidade fora da lista de lidos desse ano. E olha que tem sido um ano cheio de surpresas e livros fora do normal em minhas listas de leituras. E esse misto de thriller com ficção científica foi mais uma grata surpresa.
A ideia de descongelar um ser vivo é super interessante. Pensar que isso seria possível em um humano que está assim a mais de cem anos é ainda mais e é em torno disso que o livro gira. Dividido em cinco partes e narrado por quatro personagens, A Curiosidade levanta várias questões sobre humanidade, ética, vida e morte e que mesmo tendo alguns momentos em que a leitura se arrasta um pouco é interessante e eu gostei de ter lido.
Gostaria de ter visto mais força em Kate. Quer dizer, ela é uma cientista brilhante e pela sinopse parece que ela vai realmente ser o ponto chave da história mas não é exatamente assim que a narrativa flui e em muitos momentos achei que ela era somente a parte feminina do livro, uma babá para Jeremiah. Alguém para poder ter um romance no livro – não é que eu não goste de romance, mas é que a história tinha tanta coisa para abordar que eu penso que não tinha necessidade de um romance para algumas decisões seguirem seu curso.
“Desde então, descobri que a vida de uma mulher solteira urbana na casa dos trinta se parece muito com um baile do ensino médio: você torce as mãos esperando que os bons partidos venham convidá-la, mas diz sim a todos os outros porque está cansada de ser invisível.” (pág. 15)
Carthage é o cientista que só está preocupado em fama e resultados, que foi difícil de gostar – ainda mais que ele se referente a ele mesmo sempre como “você”, o que é irritante em muitos momentos. Ele não se importa com ninguém além dele mesmo e nem se alguém irá ou não se machucar no caminho que ele acha necessário para obter o que deseja. As vezes eu tinha vontade de pular os capítulos narrados por ele – não por ser capítulos ruins mas por eu realmente não gostar de sua personalidade e achei isso um super ponto positivo na escrita de Kiernan.
Completando os pontos de vista temos Dixon, que é o repórter que tem o acesso completo ao projeto e que desde o início me pareceu muito estereotipado e em alguns momentos, Jeremiah – que mesmo tendo se adaptado ao mundo atual um tanto que rápido demais e que tenha ficado um pouco irreal, conseguiu me cativar, me fazer torcer e ficar encantada por ele.
“Eu gostaria de ser mais do que uma curiosidade. Esta segunda vida me trouxe uma oportunidade, e talvez um imperativo, de servir a um propósito maior.” (pág. 204)
Alguns pontos realmente me encantaram na narrativa, mas ela tem alguns ‘buracos’ que podem incomodar alguns leitores. Quer dizer, estamos falando de descongelar um humano que morreu em 1906 e ele não só voltar a vida, como também estar consciente e tudo o mais. E os cientistas tem sucesso logo no primeiro caso da tentativa em humanos. O caso é que isso é o mais difícil de aceitar. Para mim, o verdadeiro buraco foi esses cientistas tão brilhantes não conseguirem saber quem esse cara é, sobre sua antiga vida e se ele tem ou não parentes vivos. Montar uma árvore genealógica de 100 anos não é assim um grande desafio – na era da internet isso me parece mil vezes mais fácil do que descongelar um humano.
Mesmo com alguns pontos negativos e alguns detalhes que eu gostaria de ver diferente durante a narrativa, A Curiosidade foi um livro que gostei de ler. E penso que ele vai agradar muito mais quem gosta de um drama com pontos que te fazem refletir do que quem procura um livro com questões científicas próximas da realidade. E pelo que eu andei lendo, a Fox adquiriu os direitos para adaptação do livro mas nada de previsão de lançamento.
13 comentários
História impressionante, adorei a abordagem do livro. Me desanimei um pouco com isso de focarem muito no romance dos dois protagonistas sendo que há tantas possibilidades em uma histórias assim. Mas mesmo assim arriscaria ler.
ResponderExcluiro/
hmmmmmm, pensando muito em adicioná-lo na minha lista de desejados após essa resenha! hehehe
ResponderExcluirLendo a sinopse e a resenha, o livro parece ser envolvente e cheio de mistérios, mas a resenha já mostrou que o livro podia ser bem mais, e tipo como você falou foi fácil reanimar um morto, mas não achar a família dele, não me interessei muito pelo livro.
ResponderExcluirLica, pelo que você falou o livro aborda mesmo questões bem interessantes, mas não chamou minha atenção.
ResponderExcluirNão é meu estilo e as vezes não sou tão aberta para coisas novas se a sinopse não me ganhar que foi o caso aqui.
Lisossomos
Nossa, adorei o livro é um tema bem diferente e fiquei curiosa, vou ler e espero que vire filme mesmo!
ResponderExcluirOi Lica, fiquei entre o "quero ler" e o "já não gostei" kkk. A premissa do livro é ótima, mas esses furos que você cita realmente deixam um pouco a desejar, especialmente em se tratando de um livro com conteúdo de ficção científica, uma explicação por mais ilógica que fosse, se fazia necessária ao enredo, e isso foi o que me fez ter receio se iria gostar ou não da leitura. Bjs
ResponderExcluirTerritório nº 6
Que capa linda!!! O tema é complexo e li a sinopse já achando difícil a história não ter buracos. Por mais difícil que a história seja e se tratando de ficção ciêntifica, uma resposta pra tudo é esperada.
ResponderExcluirAchei bem interessante a história, mas meio receosa de ler ele por conta dos furos que parece ter neles, agosto bastante de ficções cientificas e de romance, e tenho que concorda com vc que o romance pelo que li poderia ter sido deixado de lado e terem trabalhado melhor sobre a ficção cientifica.
ResponderExcluirbeijos
Bom, parece ser um bom livro, por mais que você esteja certa nesses furos. Até pessoas sem muitos recursos conseguem encontrar familiares pela internet, então é meio sem lógica que eles não façam isso. Mas ignorando esses detalhes creio que vou me divertir bastante.
ResponderExcluirBeijos!
Lica!
ResponderExcluirComo boa apreciadora de ficção científica e thrillers psicológicos, certeza que vou gostar da leitura do livro.
O que achei ainda mais intrigante foi: como essa criatura foi congelada em 1906? Sim porque em relação ao descongelamento, mesmo tendo dado certo de primeira, até dá para entender, porque não é uma ficção tão distante da nossa realidade, afinal a criogenia já está aí...
Bem, e quanto ao romance... é sempre bom ter um romance para estimular a leitura.
“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.”(Ralph Waldo Emerson)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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OI Lica!
ResponderExcluirtenho que concordar com você, acho que é mais fácil fazer uma arvore genealogica nos tempos de hoje do que descongelar um humano. Tirando o Capitão América, acho que essa cosia de descongelar uma pessoa e ela voltar a vida é mesmo muita ficção, não iria rolar tão facilmente assim. Mas, adoro o Stephen e leria muito esse livro!
Beijos
LuMartinho | Face
Taí outro gênero que eu não curto: ficção científica. Sei lá bem o por quê, mas só sei que nunca fez o meu estilo mesmo, nem me aguça a curiosidade. Já thriller policial é um dos gêneros que eu mais gosto! E, talvez por esse motivo, de repente um dia eu pego este livro pra ler... quem sabe? ;)
ResponderExcluirbeijos!
É bem interessante. Com certeza despertou minha curiosidade.
ResponderExcluirObrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre =^.^=
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