A Caça – Jussi Adler-Olsen
01/08/2015
Ao retornar das férias, o detetive Carl Mørck, do Departamento Q, encontra em sua mesa os arquivos do caso Rørvig. O caso não havia sido encerrado? O assassino dos dois irmãos mortos na casa de veraneio não se entregara nove anos depois do crime? Quem teria colocado aqueles arquivos ali? Alguém parece querer que o caso seja reaberto e Carl Mørck morde a isca.
As pistas que encontra levam o detetive à alta-roda, ao mundo do mercado de ações, da indústria da moda e da cirurgia plástica. E também às sarjetas mais imundas e sinistras de Copenhage, onde conhece Kimmie, uma moradora de rua atormentada por vozes e que precisa roubar para viver. Kimmie parece estar sempre fugindo. E de fato está. Três poderosos homens estão atrás dela e não medirão esforços para encontrá-la, pois Kimmie parece saber algo capaz de ameaçar o futuro deles. Algo que pode ter a ver com o caso antes encerrado, mas que, infelizmente para os três, acaba de ser reaberto pelo incansável detetive Mørck.
“Se Marcus o tivesse deixado em paz, Carl teria provavelmente rasgado a folha em pedacinhos. Mas não foi o que o chefe fez. Ele recebeu ordens para sair do caso; por isso, não seria capaz de fazê-lo.” (pág. 124)
Confesso que primeiramente o que me chamou a atenção para A Caça foi a capa. Eu achei ela incrivelmente bonita e pensar em um livro policial com um urso de pelúcia em destaque fez com que o livro ganhasse um lugar na minha lista de desejados. Claro que a sinopse ajudou e, quando vi que o livro era ficção finlandesa fiquei ainda mais curiosa – foi o primeiro livro que li de um autor finlandês, além de ser o primeiro livro que li do autor. Por falar nisso, Adler-Olsen tem 14 livros publicados e por aqui, a Record já lançou A Mulher Enjaulada que é o livro 01 do Departamento Q.
Em um primeiro momento, foi um pouquinho complicado pegar um ritmo de leitura. Na verdade minha dificuldade foi com os nomes – de personagens, de lugares, de ruas... O livro se passa na Dinamarca e eu que já sou péssima com nomes em geral, tive dificuldade com alguns e isso fez com que eu perdesse um pouco o ritmo. Mas a narrativa é tão intensa e interessante que isso ficou como um mero detalhe.
A Caça é um livro policial onde logo no começo a gente sabe quem é o culpado e o ponto da história se desenrola em como Morck irá encontrar as provas suficientes para provar a culpa e resolver o caso. Então, enquanto temos o ponto de vista de Morck atrás das provas, temos também o ponto de vista de vários dos envolvidos (na investigação e/ou no assassinato a ser resolvido), onde além de saber o que está acontecendo no presente, também sabemos aos poucos detalhes do que aconteceu no passado. Essa troca de personagens e de momentos durante a narrativa fez com que eu imaginasse um quebra-cabeças que pouco a pouco ia se completando.
“Era fim de setembro e fazia mais de 20 graus, o que havia para rir? As pessoas deviam é erguer as cabeças e olhar horrorizadas para o buraco na camada de ozônio.” (pág. 156)
O enredo tem pontos positivos, mas alguns pontos negativos me chamaram a atenção. Enquanto eu adorei o lado um tanto escuro e teimoso de Morck, e adorei o quanto a equipe do Departamento Q parece se completar, alguns detalhes me fizeram questionar o autor. Um exemplo é o fato de um grupo de ricos não conseguir encontrar uma moradora de rua a mais de 10 anos – nem com a ajuda do dinheiro e de detetives particulares e tal – e na primeira tentativa, Assad a encontra em poucas horas de busca. Esse e alguns outros detalhes que não vou comentar para não escapar spoilers me pareceram um pouco forçados. Mas a falta de realismo em alguns pontos não fez com que a história fosse menos envolvente ou que deixasse de me conquistar. A intensidade e a violência em algumas cenas, assim como Kimmie são detalhes que me prenderam muito durante a leitura e que merecem um destaque como pontos positivos na narrativa.
O livro é o segundo volume da série Departamento Q e até pode ser lido mesmo que você não tenha lido o primeiro. Como o enredo se foca bastante na personalidade e na vida dos caçadores, eu entendi e não tive problemas com o fato de não ter lido A Mulher Enjaulada. Mas li em uma resenha que ler o primeiro livro faz com que se entenda melhor a personalidade do detetive Morck – assim como o motivo dele e Assad trabalharem juntos que é o que define o relacionamento entre os dois. Saber disso me fez querer ainda mais ler não só o primeiro livro, como todos os outros da série – e do autor.
7 comentários
Lica!
ResponderExcluirNão conhecia o autor e sua obra e fiquei bem feliz por saber que as editoras tem trazido livros de países não tão comuns.
Difícil de entender alguns aspectos que não se mostram críveis...
E gostei de saber que o lado psicológico é analisado durante a descoberta dos fatos.
Boa semaninha!!
“Os homens de poucas palavras são os melhores.”(William Shakespeare)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Adoro romances policiais e admito que já me interessei a partir da capa, quem imaginaria um romance policial com uma capa dessas? Sem falar do país de origem, gosto de descobrir autores de países que não sejam Estados Unidos ou Inglaterra, não por estes serem ruins, longe disso, mas por conhecer um pouco mais de outras culturas ou cidades ao redor do mundo.
ResponderExcluirA Caça parece um livro intenso como eu gosto e apesar do ponto negativo que ressaltou, acho que será uma bos leitura, apesar de saber que pontos sem realismo em certos livros me irritam um pouco.
Um ponto interessante foi ver que o livro tem mais de um ponto de vista, é algo que dificilmente encontro nos livros policiais.
O livro acaba de entrar na minha lista junto com o antecessor.
Abraços
Realmente a capa é linda. Gostei de vc ter ressaltado pontos positivos e negativos. As vezes os autores pisam na bola com esse detalhes, como o casada da moradora desaparecida.
ResponderExcluirAdorei a capa do livro. E gostei muito do fato que no livro não tem só o ponto de vista do personagem principal.
ResponderExcluirque bacana,nunca li nada de um autor finlandes tambêm.E mesmo com os pontos negativos a história parece nos prender do início ao fim e eu também tenho alguns problemas com nomes em outras linguas como indiano,alemão até com o inglês eu dou uma confundida.Eu não lembrava desse primeiro livro dele que foi lançado aqui,mas se eu encontrar em alguma livraria daqui vou comprar pra ver se aprovo ou não a escrita do Jussi.
ResponderExcluirBeijos
Nunca li nada deste autor, alias, nem conhecia ainda. Livro policial, situado na Dinamarca, lugar que pouco conheço ou li. JA te disse em outra oportunidade que eu raramente consigo montar o "quebra cabeça"desses livros policias, rss
ResponderExcluirto lendo bastante livros do genero ultimamente e to adorando, gosto dos misterios e do suspense, por isso eu adorei conhecer esse livro já que estava justamente procurando um para ler.
ResponderExcluirObrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre =^.^=
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