CUIDADO: Esta história de amor pode matar você de tanto rir. Ah, e está escandalosamente lotada de porres homéricos e, hummm, sexo da melhor qualidade!
Claire é uma espirituosa jovem de vinte e poucos anos que trabalha num bar (não era esse o plano, mas...) e, muito a contragosto, resolveu ajudar a melhor amiga (uma expert em malícias) a vender brinquedos eróticos bem safadinhos. Na verdade, seu sonho é viver de delícias, ou melhor, abrir uma confeitaria dedicada exclusivamente a doces, cookies e bolos feitos com muuuito chocolate. Quando Carter, um rapaz que conheceu numa festa de faculdade e com quem passou uma única noite (o suficiente para mudar sua vida para sempre!), reaparece na cidade sem demonstrar reconhecê-la, a não ser pelo profundo aroma de chocolate que Claire exala no ar, ela se mostra determinada – aaaai que loucura! – a fazê-lo nunca mais se esquecer dela. Só que existe uma terceira pessoa na relação (divertidíssimo, porém desbocado e inconveniente). Alguém que Carter desconhece e que, das duas uma: ou o obrigará a comprar uma passagem só de ida para o Polo Norte ou o fará o homem mais feliz do mundo!!!

Final do ano passado fui mediadora de uma das Retrospectivas da Valentina que aconteceram em várias cidades pelo Brasil (falando nisso, esse ano tem de novo, logo conto mais detalhes, datas e cidades). Na lista de novidades estava o livro da Tara e foi tipo curiosidade a primeira vista. E o que eu tenho para dizer após ler o livro? Foi muito mais do que eu esperava.

ATENÇÃO!
O Ministério do Humor adverte:
Este livro contem altas doses de cenas
irresistivelmente hilárias, sexo alegremente explícito,
orgasmos múltiplos, sacanagem da boa,
palavrão a dar com o pau, muito deboche
e álcool suficiente para embebedar um rinoceronte.
Use-o por sua conta e risco e...
Divirta-se como nunca!
(contra-capa)

Claire é aquelas personagens que a gente se encanta logo de cara. Ela começa o livro se apresentado e já dizendo que não quer ter filhos. Sua explicação sobre isso me fez rir já que não era nenhuma mentira as coisas que ela estava falando – mas que ninguém menciona quando o assunto é ser mãe. E qual não é a surpresa de todos quando ela é a primeira de seu grupo a ficar grávida? E o pior? Logo em sua primeira vez, decidindo ceder a pressão da amiga para deixar de ser virgem, ao encontrar um cara em uma festa que tenha realmente chamado sua atenção.

Quase cinco anos depois (que é o período onde se passa a história), sua amiga Liz volta a cidade e chama Clair para um novo negócio – ajudá-la a vender brinquedinhos eróticos. E como você vai perceber desde o início da leitura, a Clair é uma daquelas personagens que só se mete em mico. E eles são tão engraçados que a gente não tem aquela sensação de pena, é um pouco de vergonha alheia, mas eu ficava esperando qual seria a próxima situação cômica que ela iria se meter – e dei gargalhadas altíssimas em vários momentos.

Mas o livro não é só coisas engraçadas. Tem romance quando Carter reaparece na vida de Clair. Sim, o cara da festa de uma noite só e pai do filho de Clair. A princípio ele não reconhece ela – mas como o livro alterna a narração entre Carter e Clair a gente vai conhecendo os dois lados da história. E Carter foi me ganhando em cada página... Ele é muito fofo, muito perfeito, muito tudo o que qualquer mulher gostaria de encontrar. E ele é homem e tem medo de palhaços, o que me fez pensar que mais alguém do sexo masculino além do Sam Winchester que me entende!

"- Não quero que o bicho-papão pegue você e detesto palhaços - desabafei, sem querer.
Ela riu e deu tapinhas carinhosos na minha bochecha (...)
- Não foi bem isso que eu quis dizer - consertei. - Tudo bem, confesso que odeio palhaços. Eles são macabros e sinistros. Homens adultos nunca deveriam usar roupas de bolinhas, nem sapatos gigantes." (pág. 179)

E eu nem falei de Gavin ainda... Gavin é o filhinho de quatro anos de Clair que rouba todos os momentos do livro. Sim, eu me encantei com a Clair. Sim, me apaixonei por Carter. E sim, o livro ainda conta com personagens secundários super interessantes e que chamam a atenção. Mas quem ganhou meu coração foi Gavin. Ele é bem desbocado e inconveniente – como todo garoto de quatro anos que convive com adultos desbocados e que falam o que vem na cabeça sem pensar se tem uma criança por perto – mas ao mesmo tempo é tão fofo...

"Grr! Estou discutindo com um fedelho de quatro anos, pode isso?!
- Chega, Gavin! - berrei. - Vá limpar seu quarto.
- Que inferno do capeta! - resmungou ele.
- O que foi que você disse? - perguntei, com voz severa.
- Eu te amo mamãe - retificou ele com um sorrisão, me enlaçando o pescoço com os braços e apertando com força.
Droga, eu era uma pessoa muito fácil de enrolar." (pág. 132)

Quanto a edição da Valentina... Eu adorei os detalhes de fontes diferentes no topo da folha com o título da série e as páginas, assim como curti cada início de capítulo com a fonte e o desenho da bonequinha. Eu já tinha comentado no instagram que tinha achado a loirinha da capa meio bem estranha. Talvez uma boneca inflável não seria a minha escolha para a capa – mas se eu for bem sincera, eu não cheguei a detestar ela como lembro de ter detestado algumas capas de outros livros. O que eu não curti foram as folhas brancas... Eu faço parte do clube que odeia folhas brancas, mas como o livro é muito legal não deu tempo de eu realmente me incomodar com elas.

Malícias & Delícias é a história de Clair e de como ela acabou sendo sócia de uma loja que vende doces em uma parte e artigos sexuais de outro, onde todos os dramas que aconteceram com ela são vistos de um angulo que fica tudo muito engraçado. O livro tem a mistura certa de problemas, romance e sonhos realizados – isso tudo misturado com muitos momentos vergonhosos virando piada entre os amigos. Nunca pensei que fosse ler um livro tão divertido, que me fizesse rir muito e que ao mesmo tempo me encantasse com cenas romanticamente sensuais. São 301 páginas que eu li em um único dia e que me deixou aguardando ansiosamente pelo próximo livro para poder ver Clair, Carter e claro, Gavin novamente.