Cidade Banida - Ricardo Ragazzo
11/04/2016
No futuro, a Terra foi assolada por inúmeras guerras, o que dizimou 99% da população humana e transformou sua vida animal e vegetal. Boa parte dos seres humanos acabou confinada dentro dos muros de Prima Capitale, regida pelas draconianas regras do Supremo Decano. Por causa da rigidez do governo, todos os bebês nascidos no lugar precisam passar pelo crivo dos chamados cognitos, seres com poderes psíquicos capazes de prever o futuro. Caso, nesta visão, seja revelado que o novo cidadão cometerá um crime, sua sentença é a morte. Seppi Devone foi um desses bebês vetados. No entanto, sua mãe, Appia, consegue fugir com ela, livrando-a da cruel sentença. Elas vivem incógnitas numa comunidade no meio da mata e Appia cria sua filha como um garoto. Mas, quando Seppi completa 15 anos, o destino bate à sua porta e a garota terá de enfrentá-lo. Afinal, a adolescente é a única esperança que muitos oprimidos têm de se livrar do mal a que são submetidos pelo Supremo Decano. Irá ela abraçar essa sua missão?
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Olá amigos! Nos últimos anos, inúmeras distopias internacionais surgiram no cinema, derivadas da literatura. Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner, entre outras, ganharam espaço no coração dos fás e chamaram a atenção para este estilo literário. E o Brasil também entrou nessa onda, com a publicação de Cidade Banida (Banida, não bandida como muitos acabam lendo!) do paulistano Ricardo Ragazzo.
Publicado pela Editora Planeta, o livro traz uma história pós apocalíptica, onde a guerra dizimou boa parte dos seres humanos e confinou os sobreviventes em uma cidade protegida, com um governo tirano, regras rígidas, e um povo oprimido. Pareceu semelhante? E é, em parte. Mas nesse enredo surge nossa personagem principal: Seppi Devone. Muito bem construída pelo autor, a personagem feminina transita por várias fases de sua vida, desde a infância, adolescência e as responsabilidades da vida adulta.
Condenada à morte desde seu nascimento, e com a missão de manter sua identidade protegida, Seppi é criada como um menino, para que não seja descoberta e capturada pelo governo. Assim ela lutará por sua sobrevivência, e também contra as regras rígidas do sistema, com a missão de salvar as pessoas a sua volta na cidade de Prima Capitale.
“Às crianças vítimas do veto governamental estava reservado um destino muito cruel...”
Os personagens secundários também são muito interessantes, e trazem um quê a mais para ir além das distopias comuns.
Ao primeiro contato com a obra, logo me interessei pelo roteiro, pela bela capa e pela sinopse, onde fiquei sabendo que o autor inspirou sua Distopia em Star Wars e HQs do universo Marvel. Além da boa diagramação e fontes adequadas para leitura, logo nas primeiras páginas encontrei um interessante glossário ilustrado do universo da obra, com animais e plantas criados pelo autor em seu mundo pós apocalíptico, com mutações na vida animal e vegetal.
“Eu a observava de longe. À distância, a leoa pastava – acredite, nos dias atuais nenhum animal podia se dar ao luxo de ser exclusivamente carnívoro”
Os primeiros capítulos foram eletrizantes, contando desde o nascimento da personagem principal até seus 15 anos, e a inserção na problemática da história em si. Realmente empolgante.
A partir daí, percebi algo que começou a dificultar o andamento da obra: os capítulos muito longos, que complicaram a compreensão de todo o universo em cada trecho do livro. Mesmo com as quebras e pontos de cortes inseridos pelo autor, comecei a sentir um certo cansaço na leitura. Após ler as 383 páginas do livro, cheguei ao fim da história e me deparei com um final com surpresa, que segue a linha... Bom, sem spoilers, gente! Leiam a obra e descubram o final dessa distopia nacional!
“Eles estavam prontos.
Eu estava pronta.
Adeus, sombras.
Bem-vinda, luz!”
P.s. A propósito, entrei em contato com o autor, comentando sobre a questão dos capítulos muito longos. E ele respondeu!
"Obrigado pelos elogios e agradeço sua colocação. Confesso que não me importei com o tamanho dos capítulos por colocar pontos de corte freqüentes entre as cenas, mas você não é o primeiro a me alertar sobre isso. Já estou fazendo isso agora."
E para quem ficou curioso, o autor também começou a publicar o livro cidade Banida no Wattpad: www.wattpad.com/RicardoRagazzo. Confira!
Por Ricardo Brandes
4 comentários
Amo livros de distopias e guerras, não preciso nem falar que fiquei com altas expectativas para a leitura
ResponderExcluirEu já tinha visto esse livro algumas vezes, mas nunca cheguei a pesquisar sobre o que se tratava e nem sabia que era nacional. Gostei muito da premissa do livro e confesso que fiquei muito curiosa sobre o futuro de Seppi. Adorei a ideia de colocar um glossário ilustrado, isso acaba deixando a leitura mais dinâmica.
ResponderExcluirConfesso que também não gosto muito de capítulos longos, já que a leitura acaba se tornando um pouco cansativa, e achei super fofo o autor te responder. Beijo!
Não sabia que era um livro nacional, pena que estou um pouco enjoada de livros assim sobre distopias. Nem tinha começado a ler sua resenha e já tinha associado com divergente e etc. Gosto de poder ver todas as idades da personagem, isso me faz entender tudo o que ela sente direitinho. Essa cidade seria no "Brasil" mesmo? Ou ele criou outro país? Seria bem legal ter uma série de livros desse tipo que se passa no nosso próprio país. Muito legal da parte do autor ter aceitado a sugestão, nada pior que uma história arrastada.
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro, gosto muito de distopias e essa parece bem interessante ainda mais sendo uma distopia brasileira pois ainda não li nenhuma, gostei do mundo criado pelo autor e fiquei curiosa para saber mais, também gosto quando temos personagens secundários interessante e também fiquei curiosa para descobrir mais da historia da Seppi !!
Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre =^.^=
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