Branco como a Neve - Salla Simukka
31/10/2017
Recuperando-se do terror que vivenciou nas mãos da máfia, Lumikki tem a chance de deixar a Finlândia, se livrando das roupas pesadas, das lembranças sombrias... e do perigo. Ela só quer ser uma garota normal, misturar-se à multidão de turistas e aproveitar as férias. Quando Lumikki conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que alega ter o mesmo sangue que ela, as coincidências são inquietantes. Rapidamente ela se vê envolvida no mundo triste daquela mulher, descobrindo peças de um mistério que irá conduzi-la a uma seita secreta e aos mais altos escalões do poder corporativo. Para escapar dessa trama asfixiante, Lumikki não poderá fazer tudo sozinha. Não desta vez.
"Mas nenhuma história eficiente sobre um herói pode ser criada sem espectadores inocentes. Algumas pessoas têm de morrer, para que aquelas resgatadas sejam ainda mais preciosas.
Apenas a morte torna possÃvel a real história de um herói." (pág. 25)
Lembro que quando terminei Vermelho como Sangue, fiquei super querendo ler a continuação, mas, quando o livro finalmente chegou eu fiquei adiando por sentir que talvez precisava de tempo para fazer uma releitura pois não lembrava de muito do primeiro livro... Mas como tempo para releituras é algo que eu estou realmente sem nesse momento, semana passada resolvi arriscar a leitura de Branco como a Neve e ver no que iria dar e... bom, embora o livro seja uma continuação ele quase dá para ser lido como único.
Depois dos acontecimentos do livro anterior, Lumikki resolve deixar a Finlândia e ir passar um tempo em Praga. A ideia é passar um tempo como uma garota normal, curtir um pouco o sol e aproveitar umas férias. Acontece que nem tudo é como a gente quer, não é mesmo?
Lumikki acaba conhecendo uma garota que afirma ser sua irmã. Não é que nossa protagonista acredita em tudo logo de cara, mas os detalhes e as coincidências chamam demais a sua atenção para ela simplesmente ignorar. Por conta disso, não demora muito para ela se ver envolvida na vida de Zelenka e Lumikki se vê no meio de uma seita secreta, e novamente, no meio de uma perigosa trama.
Branco como a Neve segue do mesmo estilo do primeiro livro, apresentado a história de uma forma um tanto fragmentada, parecendo peças de um quebra-cabeças que com o passar das páginas vai se mostrando. Acompanhamos Lumikki, um jornalista e um ponto de vista de um personagem que ainda não sabemos quem é - além de partes que parecem uma história. Falando assim, o livro parece não ter muito sentido, mas como disse, são partes de um quebra-cabeça e aos poucos vamos colocando tudo no lugar.
Para quem se preocupa em lembrar tudo do livro anterior, vale ressaltar que os acontecimentos de Vermelho como Sangue são relembrados rapidamente no inÃcio, te deixando situado com a atual situação de Lumikki - e como ela está em uma trama em um outro paÃs, o leitor fica bem situado (se é que eu posso dizer isso de um livro que aparentemente é tão confuso).
Salla Simukka tem uma narrativa envolvente, com um ótimo ritmo e por conta dele, me vi mais uma vez envolvida na história de sua protagonista. Tem mistério, tem ação, tem várias revelações do passado de Lumikki fazendo com que o livro seja uma leitura interessante. O livro também toca em temas importantes como o fanatismo exagerado, bullying e preconceitos e, mesmo que em alguns momentos senti a falta de um maior aprofundamento em alguns pontos, foi uma boa leitura - e que me deixou querendo ler o volume final: Preto como Ébano.